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Conclusões da Secular Outlook: Era da transformação

Um ambiente macro radicalmente diferente deve gerar boas oportunidades para os investidores que conseguirem navegar por esse terreno difícil.
27/10/2021

Investidores e autoridades econômicas deverão enfrentar um ambiente macro radicalmente diferente nos próximos cinco anos, à medida que a década do Novo Normal, com crescimento medíocre, mas estável, inflação abaixo da meta, volatilidade contida e retornos suculentos dos ativos, ficar para trás. O que virá pela frente será um cenário de crescimento e inflação mais incerto e irregular, com retornos menores e mais voláteis nos mercados de capitais em geral.

Em nossa Secular Outlook mais recente, “Era da transformação”, discutimos os fatores atuais, bem como as três tendências que, em nossa opinião, determinarão uma transformação importante na economia e nos mercados globais. Essa transformação deverá gerar boas oportunidades de alfa para os investidores ativos capazes de navegar por esse terreno difícil. Como sempre, nossas perspectivas são resultado do Fórum Secular anual, que incluiu os profissionais de investimento globais e o Global Advisory Board da PIMCO, bem como destacados palestrantes convidados. Esta publicação no blog é uma síntese das nossas perspectivas e opiniões de investimento.

Fatores de transformação

Na Secular Outlook de 2020, “Escalada da desestabilização”, argumentamos que a pandemia da COVID-19 funcionaria como um catalisador para acelerar e ampliar quatro fatores seculares importantes: a rivalidade entre China e EUA, o populismo, a tecnologia e as mudanças climáticas. Os acontecimentos do último ano reforçaram essas expectativas.

Esses quatro fatores, juntamente com as três tendências seculares abaixo (que discutimos de forma aprofundada no Fórum Secular de 2021), terão implicações importantes para os resultados econômicos e de investimento na era da transformação.

Transição do marrom para o verde. Os esforços para neutralizar as emissões de carbono até 2050 significam que os investimentos públicos e privados em energia renovável serão estimulados nos próximos anos. Certamente, os maiores gastos em energia limpa serão parcial, mas não totalmente, compensados pela redução dos investimentos e a destruição do capital empregado nos setores de energia marrom, como a gerada a partir de petróleo e carvão. Durante a transição, a possibilidade de interrupções na oferta e de fortes aumentos nos preços de energia poderá minar o crescimento e aumentar a inflação. Além disso, à medida que o processo criar ganhadores e perdedores, existe a possibilidade de reações políticas adversas à perda de empregos nos setores marrons, de aumento de impostos e preços de carbono ou de mecanismos de ajuste de carbono na fronteira, levando ao encarecimento das importações.

Adoção mais rápida de novas tecnologias. Até o momento, os dados mostram um aumento significativo nos gastos corporativos em tecnologia. Aumentos similares no passado, por exemplo, durante a década de 1990 nos EUA, foram acompanhados por uma aceleração no aumento da produtividade. No entanto, resta saber se o aumento recente nos investimentos em tecnologia e produtividade é um acontecimento isolado ou o início de uma tendência mais forte. A digitalização e a automação criarão novos empregos e tornarão os atuais mais produtivos. Mas também serão desestabilizadoras para aqueles cujos empregos desaparecerem e para quem carecer das habilidades corretas para conseguir se recolocar. Como ocorreu com a globalização, o lado negro da digitalização e da automação provavelmente será o aumento da desigualdade e o apoio a políticas populistas.

Participação mais ampla nos ganhos com o crescimento. A terceira tendência potencialmente transformadora em curso é o maior foco das autoridades econômicas e da sociedade como um todo no enfrentamento das desigualdades de renda e de riqueza, visando a tornar o crescimento mais inclusivo. Por exemplo, evidências empíricas sugerem que, em muitas empresas, o equilíbrio de poder na relação empregador-empregado começou a mudar do primeiro para o segundo, melhorando assim o poder de negociação dos trabalhadores. Resta saber se essa tendência será mantida ou se o trabalho a distância, com a ajuda da tecnologia, terminará por permitir que as empresas terceirizem mais postos de trabalho para locais internos ou internacionais mais baratos, preservando ou até mesmo aumentando o poder de barganha dos empregadores.

Conclusões para os investimentos

Acreditamos que a era das transformação será um terreno mais acidentado para os investidores do que a experiência do Novo Normal na década passada. Contudo, acreditamos também que ela proporcionará boas oportunidades de alfa aos investidores ativos que estiverem equipados para tirar proveito do que, em nossa opinião, será um período de maior volatilidade e com "caudas mais gordas" do que as de uma distribuição normal comum.

É extremamente provável que a maior volatilidade macroeconômica e de mercado se traduza em retornos menores nos mercados acionários e de renda fixa. As valuations iniciais – rendimentos nominais e reais baixos nos mercados de renda fixa e múltiplos de ações historicamente elevados – reforçam essa expectativa.

Em nosso cenário base, esperamos que as taxas baixas dos bancos centrais prevaleçam e ancorem os mercados globais de renda fixa. Apesar de vermos risco de alta das taxas de juros no curto prazo com a recuperação das economias, esperamos que elas se mantenham relativamente estáveis no horizonte secular. Esperamos também retornos menores, mas positivos, nas alocações tradicionais em renda fixa.

Embora um período sustentado de inflação elevada não faça parte do nosso cenário base, continuamos a considerar que as Treasury Inflation-Protected Securities (TIPS) dos EUA, as commodities e outros ativos reais façam sentido como proteção contra os riscos de inflação.

Enquanto isso, é provável que as macro tendências, os desestabilizadores e os impulsionadores, juntamente com níveis de dívida elevados, levem a uma diferenciação substancial entre os resultados das regiões, países e setores. Na Ásia, a perspectiva de crescimento mais forte e de desenvolvimento do mercado de capitais provavelmente proporcionará boas oportunidades de investimento, apesar dos riscos associados à desaceleração do crescimento chinês e das tensões geopolíticas existentes. Embora vários países de mercados emergentes (ME) enfrentem circunstâncias seculares difíceis, como sempre é importante encará-los como um conjunto amplo de oportunidades e não como um investimento beta passivo, e esperamos encontrar várias oportunidades bastante boas nos MEs.

A transição de marrom para verde, a adoção mais rápida de novas tecnologias e as mudanças pós-pandemia nas preferências e cadeias de suprimento criarão uma série de ganhadores e perdedores e reforçarão a importância da gestão ativa no mercado de dívida corporativa. Mudanças nos regulamentos ambientais trarão incertezas e complexidades, mas também oportunidades. Níveis de endividamento elevados são uma preocupação em particular no caso de países ou empresas que têm mais a perder na transição da economia marrom para a verde.

Finalmente, esperamos continuar positivos em relação às ações em nossos portfólios de alocação de ativos. Somos da opinião de que a recuperação pós-COVID-19 destacou a necessidade de investimentos em infraestrutura física – após anos de investimentos insuficientes – devido às tendências de digitalização e automação e ao impulso da adoção de práticas verdes. Enquanto a última década foi liderada pelo software, a próxima será definida por mais investimentos em hardware relacionados a essas tendências. O tema de diferenciação e de ganhadores e perdedores na recuperação será fundamental para a escolha de países e setores e também para a seleção de ações. Em particular, julgamos que fabricantes de semicondutores, fornecedores de equipamentos para automação de fábricas e fornecedores de energia e mobilidade verdes serão beneficiados e esperamos que esses setores sejam uma parte importante na construção de nossos portfólios.

Em uma era de transformação, em que é provável que os juros nominais e reais continuem ancorados em níveis baixos, acreditamos que faça sentido buscar maximizar oportunidades em estratégias tradicionais de renda fixa com mandatos flexíveis voltados a aproveitar todo o conjunto global de oportunidades. Em nosso ponto de vista, também faz sentido buscar alternativas além da renda fixa tradicional, incluindo os mercados imobiliários, o crédito privado e os mercados de capitais em desenvolvimento, onde isso seja compatível com as necessidades e expectativas dos clientes.

Leia a íntegra da Secular Outlook "Era da transformação" para saber mais detalhes sobre nossas perspectivas para a economia global e suas implicações para os investimentos nos próximos cinco anos.

Joachim Fels é Consultor Econômico Global da PIMCO, Andrew Balls é CIO de Renda Fixa Global e Dan Ivascyn é CIO do Grupo.

Autores

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Desempenho passado não é garantia nem indicação confiável de resultados futuros.

Todos os investimentos apresentam riscos e podem perder valor. O investimento no mercado de renda fixa está sujeito a riscos, inclusive riscos de mercado, taxa de juros, emissor, crédito, inflação e liquidez. O valor da maioria dos títulos e estratégias de renda fixa é afetado pelas oscilações nas taxas de juros. Títulos e estratégias de renda fixa com “durations” (prazo médio) mais longas tendem a ser mais sensíveis e voláteis do que aqueles com “durations” mais curtas; os preços dos títulos geralmente caem quando as taxas de juros sobem, e o ambiente de juros baixos aumenta esse risco. Reduções na capacidade de títulos de renda fixa da contraparte podem contribuir para a diminuição da liquidez de mercado e o aumento da volatilidade dos preços. Quando resgatados, os investimentos em títulos de renda fixa podem ter valor superior ou inferior ao seu custo original. Os títulos de renda fixa vinculados à inflação (ILBs) emitidos por um governo são títulos de renda fixa cujo valor principal é corrigido monetariamente de acordo com a inflação; de forma geral, eles perdem valor quando a taxa de juros real aumenta. Treasury Inflation-Protected Securities (TIPS) são ILBs emitidos pelo governo dos EUA. As ações podem perder valor devido a condições setoriais, econômicas e de mercado reais ou supostas. O valor dos imóveis e dos portfólios que investem em imóveis pode variar devido a: prejuízos decorrentes de acidentes ou condenação, mudanças nas condições econômicas locais e gerais, oferta e demanda, taxas de juros, taxas de imposto sobre a propriedade e limitações regulatórias sobre aluguéis, leis de zoneamento e despesas operacionais. O investimento em títulos denominados em moeda estrangeira e/ou de empresas sediadas no exterior pode envolver um risco maior devido a oscilações cambiais e a riscos políticos e econômicos, que podem ser maiores nos mercados emergentes. Riscos gerais: As estratégias envolvem um grau de risco elevado e os potenciais investidores são alertados que elas são apropriadas apenas a pessoas com recursos financeiros adequados, que não tenham necessidade de liquidez em seus investimentos e que possam suportar o risco econômico, inclusive a eventual perda da totalidade de seu investimento. Risco de gestão refere-se ao risco de que as técnicas de investimento e as análises de risco aplicadas por um gestor de investimentos não produzam os resultados desejados, e que determinadas políticas ou acontecimentos possam afetar as técnicas de investimento à disposição gestor para a gestão da estratégia.

As afirmações relativas às tendências do mercado financeiro ou às estratégias de portfólio são baseadas nas condições atuais de mercado, que podem se alterar. Não é possível garantir que essas estratégias de investimento funcionem em todas as condições de mercado ou sejam adequadas a todos os investidores, de modo que cada investidor deve avaliar sua capacidade de investir em longo prazo, principalmente em períodos de queda no mercado. As perspectivas e estratégias estão sujeitas a mudanças sem aviso prévio. Os investidores devem consultar seus profissionais financeiros antes de tomarem uma decisão de investimento.

Alfa é um indicador de desempenho ajustado pelo risco. Ele compara a volatilidade (risco de preço) do portfólio ajustado pelo risco com um índice de referência; o retorno excedente em relação ao índice de referência é o alfa. Beta é um indicador de sensibilidade dos preços aos movimentos do mercado. O beta do mercado equivale a 1.

De forma geral, a PIMCO presta serviços a instituições qualificadas, intermediários financeiros e investidores institucionais. Investidores individuais devem entrar em contato com seu próprio profissional financeiro para determinar as opções de investimento mais adequadas a sua situação financeira. Este material contém as opiniões atuais do gestor, que estão sujeitas a alterações sem aviso prévio. Este material foi distribuído para fins exclusivamente informativos e não deve ser considerado uma orientação de investimento nem uma recomendação de qualquer título, estratégia ou produto de investimento específico. As informações aqui contidas foram obtidas junto a fontes consideradas confiáveis, mas não podem ser garantidas. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida em qualquer forma, nem citada em qualquer outra publicação, sem autorização prévia por escrito. PIMCO é uma marca registrada da Allianz Asset Management of America L.P. nos Estados Unidos e em todo o mundo. ©2021, PIMCO.

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