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Visão do Comitê de Investimentos

Repensando Alocações Diante da Perspectiva de Cortes de Juros

O CIO do grupo, Dan Ivascyn, comenta como os cortes de juros iminentes pelo Federal Reserve e a contínua incerteza em relação às políticas econômicas estão moldando a estratégia de investimentos da PIMCO em um momento de abundantes oportunidades em renda fixa.

KIM STAFFORD: Olá, sou Kim Stafford e estou novamente aqui com Dan Ivascyn, CIO do Grupo PIMCO, para oferecer uma visão interna sobre algumas das análises recentes do Comitê de Investimentos (IC) da PIMCO. Obrigada pela presença, Dan!

DAN IVASCYN: Obrigado, Kim!

Tarifas e dinâmicas de políticas têm impactado tudo, como inflação, crescimento e os valuations de ativos. Como pensamos em analisar e integrar esses fatores em nossos cenários-base e de risco, e como traduzimos isso em implicações para os portfólios de nossos clientes?

Sim, acho que o primeiro passo é simplesmente reconhecer que há muita incerteza. Ainda há muita incerteza em relação à situação econômica. Muita incerteza em torno da inflação, que ainda, após vários anos, permanece acima das metas dos bancos centrais. E as políticas são altamente imprevisíveis, tanto em relação ao conteúdo em si quanto à forma como são implementadas.

Então, sabe, hoje estamos dedicando muito mais tempo a equilibrar a análise econômica e de mercados financeiros mais tradicional com questões de análise de cenários. E diferentes premissas em relação à trajetória das políticas, sendo as tarifas uma delas. Outras formas de políticas, estímulo fiscal, política do Fed, são todas áreas importantes de foco para nós, incluindo políticas fora dos Estados Unidos.

Dito isso, também acho importante lembrar, pelo menos dentro do conjunto de oportunidades em renda fixa, que os rendimentos ou a renda respondem por uma parte significativa do retorno total.

E depois de alguns anos de desempenho relativamente fraco, agora estamos em um patamar em que os rendimentos iniciais, em termos globais e no conjunto total de oportunidades, estão bastante atrativos.

Então, sim, haverá ruído. As coisas vão oscilar ao longo do caminho, o que pode gerar muitas oportunidades de agregar alfa em relação às alternativas passivas. Mas, no fim das contas, em um horizonte de vários anos, você deve obter um retorno atrativo e, no segmento de alta qualidade do conjunto de oportunidades, é possível gerar rendimentos potenciais hoje na faixa de 5%, 6%, 6,5% e até 7%.

E, mesmo observando em uma base de 12 meses, esses são os tipos de retornos que têm sido realizados. Portanto, os rendimentos estão muito atrativos. A renda fixa teve desempenho e "momentum" positivos neste ano.

KIM STAFFORD: Olhando adiante, os mercados estão precificando que o Federal Reserve provavelmente cortará os juros em setembro. Como avaliamos a possível reação dos mercados? E, mais importante, como os investidores devem se preparar e posicionar seus portfólios?

DAN IVASCYN: Sim, acreditamos que o Fed cortará os juros em setembro. Ainda teremos um pouco mais de dados econômicos antes dessa decisão.

Em nosso cenário-base, entendemos que o Fed está cada vez mais focado na fraqueza do mercado de trabalho e disposto a relevar o que esperamos serem aumentos leves a moderados da inflação no curto prazo, à medida que as tarifas começam a se refletir nos preços ao consumidor.

Mas, sabe, acreditamos que pode haver mais um ou dois cortes após o de setembro, reconhecendo parte da desaceleração que vemos no crescimento econômico.

E, claro, o que está acontecendo em relação ao Fed — a postura do governo em relação ao banco central, as próximas indicações e o novo presidente da instituição — pode muito bem mudar de forma significativa a estrutura de tomada de decisão em comparação ao que a maioria dos participantes do mercado está acostumada.

Portanto, há muita incerteza. Nosso cenário-base é de alguns cortes de juros a partir daqui, reduzindo a taxa básica, inclinando ainda mais as curvas de juros e, em particular, as curvas no segmento de curto prazo do mercado.

Já faz alguns anos que possuir cash não implica muito custo nem significa abrir mão de muito rendimento. Estamos chegando agora a um ponto em que finalmente haverá potencial para curvas de juros mais inclinadas no trecho mais curto.

E isso tem implicações no desempenho da renda fixa, no tipo de rendimento que você pode gerar, dependendo de estar em um fundo Money market ou em um investimento em cash, em contraste com alongar a curva e garantir alguns desses resultados de taxas mais altas por mais tempo.

KIM STAFFORD: Diante desse cenário, qual é o seu conselho aos investidores sobre como podem se preparar da melhor forma para esse ambiente que se aproxima?

DAN IVASCYN: Bem, algumas coisas. O primeiro é ter um horizonte suficientemente de longo prazo. Há muita volatilidade localizada, mas manter um investimento voltado para renda, mesmo um investimento com um pouco mais de risco de taxa de juros, provavelmente pagará dividendos nos próximos anos.

Novamente, olhando para os retornos realizados nos últimos 12 meses, esse certamente tem sido o caso.

Acho que o segundo ponto diz respeito apenas às correlações. Como a inflação recuou para uma faixa mais razoável em relação às metas dos bancos centrais, é provável que uma alocação robusta ou significativa em renda fixa beneficie o portfólio como um todo.

E, além disso, falamos sobre valuations atraentes em termos absolutos.

Acho importante destacar também que a renda fixa parece atrativa não apenas em termos absolutos, mas também em relação às ações nos níveis atuais.

Por fim, o último ponto está relacionado a considerar o conjunto global de oportunidades. Ainda é apropriado concentrar-se em algumas das áreas de maior qualidade do mercado, dado o quão estreitos estão os spreads de crédito.

E, ao expandir seu conjunto de oportunidades em escala global, é possível minimizar a quantidade de sensibilidade econômica do portfólio, gerar retornos comparáveis ou até mais atrativos do que algumas daquelas alternativas pesadas em crédito nas quais as pessoas tiveram que se apoiar por muitos anos, quando as taxas de juros de alta qualidade estavam baixas ou até mesmo negativas em algumas partes do mundo.

KIM STAFFORD: À medida que mais investidores consideram o crédito privado, que perspectivas podemos oferecer sobre como equilibrar as potenciais oportunidades de retorno com os riscos associados? Como avaliamos a alocação entre crédito público e crédito privado? E como liquidez, transparência e risco de crédito influenciam esse mix? Esses são mercados altamente relacionados.

DAN IVASCYN: Acho que, em vez de falar apenas em crédito público e privado, é importante analisar os investimentos sob duas diferentes dimensões. Uma delas é a liquidez e a outra é a sensibilidade à atividade econômica. Há áreas do mercado, no mercado privado, em que há pouca ou nenhuma liquidez de transações, sem possibilidade de sair daquela posição. E embora tenha havido debate sobre convergência de liquidez entre os mercados, uma boa parte do segmento privado exige que o tomador autorize a venda de um instrumento.

Esses investimentos devem oferecer um ganho de spread mais significativo em relação às alternativas líquidas. E, em outras áreas do conjunto de oportunidades privadas, há uma liquidez transacional bastante significativa.

Não há razão prática para que você não possa originar risco, criar risco, trabalhar com emissores, buscando acessar esses mercados de uma forma que não preserve uma liquidez relevante. E, nessas áreas, novamente, a exigência de prêmio por liquidez pode ser menor.

Acho que os investidores precisam fazer comparações equivalentes. E acho que há valor interessante a ser descoberto ao se tomar muito, muito cuidado para fazer essas comparações precisas.

E, no fim das contas, os valuations das ações estão esticados. Há muito dinheiro migrando para os ativos privados. Muitos dos "players" desse segmento parecem, em alguns momentos, competir com base em participação de mercado, e não na proposta de valor.

Portanto, não é de surpreender que o ganho médio por descer no espectro de liquidez seja bastante estreito, mas muito, muito diferente dependendo das áreas do mercado ou de quais investimentos específicos você está buscando.

E o principal objetivo do que estamos tentando fazer em nome dos investidores é garantir que obtenhamos um nível adequado de compensação pela relativa iliquidez. E grande parte disso exige uma análise extremamente cuidadosa de transações cada vez mais complexas.

Quanto à sensibilidade econômica, novamente estamos mais cautelosos com as áreas do mercado mais sensíveis à economia, o que não é diferente de nossos portfólios públicos, nos quais temos reduzido a exposição ao crédito em áreas mais sensíveis à economia. Coisas como empréstimo bancário sênior garantido, ou o mercado de high yield, embora o mercado de high yield hoje tenha muito mais qualidade do que no passado. Mesma visão dentro do conjunto de oportunidades privadas.

Na outra ponta, as áreas de maior qualidade do mercado, como títulos lastreados em ativos, empréstimos com garantias reais, onde estamos bastante overweight tanto em nossas estratégias públicas quanto nas híbridas e privadas, continuam, em nossa visão, a fazer muito sentido.

KIM STAFFORD: Ótimo. Muito obrigada, Dan, e agradeço também a participação de todos vocês. Até a próxima.

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