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Pontos De Vista

Atualização da Estratégia Income: Foco em Otimizar Renda em um Mercado de Juros em Evolução

Vemos oportunidades atraentes para investimentos em renda fixa em meio à incerteza econômica e aos valuations otimistas do mercado acionário.
Daniel Ivascyn
Atualização da Estratégia Income: Foco em Otimizar Renda em um Mercado de Juros em Evolução
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Resumo

  • Com rendimentos iniciais elevados, a renda fixa de alta qualidade parece atrativa, em nossa visão, já que o Federal Reserve retomou o afrouxamento monetário e os valuations das ações permanecem altos.
  • Preferimos uma posição overweight em títulos hipotecários emitidos por agências na Estratégia Income, devido à qualidade superior e rendimentos atrativos em comparação aos títulos corporativos investment grade (IG).
  • Seguimos vendo potencial de retorno atrativo e resiliência em crédito estruturado sênior, especialmente em investimentos ligados a consumidores de renda mais alta. Temos uma exposição mais limitada ao crédito corporativo, devido aos spreads comprimidos.

Os mercados de renda fixa continuam oferecendo rendimentos elevados, o que aumenta sua atratividade à medida que o Fed reduz as taxas de juros e as ações seguem atingindo máximas históricas. Dan Ivascyn, que junto com Alfred Murata e Josh Anderson é responsável pela Estratégia Income da PIMCO, conversa com o estrategista de renda fixa, Esteban Burbano. Eles comentam o cenário macroeconômico e como a equipe de investimentos está posicionando a Estratégia Income no ambiente atual.

A mais recente Perspectiva Cíclica da PIMCO, "Tarifas, Tecnologia e Transição", analisou a crescente tensão entre as forças macroeconômicas. Como isso pode moldar o cenário econômico global?

A política comercial do governo Trump continua a gerar incerteza. As tarifas devem exercer alguma pressão negativa sobre o crescimento e, possivelmente, uma leve pressão altista sobre a inflação, ao menos nos próximos meses.

Por outro lado, o entusiasmo com a inteligência artificial e a inovação tecnológica — e os investimentos de capital associados — sustentam o crescimento e podem ajudar a compensar a incerteza gerada pelas tarifas.

Esperamos que os efeitos líquidos resultem em um crescimento positivo, mas limitado, nos EUA — talvez na faixa anualizada de 1,5% a 2% — com risco relativamente baixo de recessão, enquanto as economias fora dos EUA poderão enfrentar mais desafios. No geral, esperamos que o crescimento global retorne a um ritmo próximo de 3% em 2026, com os riscos no curto prazo inclinados para o lado negativo.

Com as tarifas pressionando os preços para cima, a inflação nos EUA provavelmente permanecerá acima da meta de 2% do Federal Reserve no horizonte de curto prazo. As expectativas de longo prazo precificadas pelos mercados sugerem que a inflação deve seguir uma trajetória de queda ao longo do tempo.

Estamos cautelosamente otimistas com a perspectiva de um crescimento moderado em meio a incertezas consideráveis. Mas vale observar que os valuations de ações recordes e os spreads de crédito comprimidos podem refletir otimismo em excesso.

Qual é a nossa perspectiva para o Fed e outros bancos centrais?

É provável que a maioria dos bancos centrais continue a afrouxar a política monetária. No Fed, acreditamos que poderemos ver outro corte nas taxas de juros em dezembro ou janeiro, mas isso depende dos dados macroeconômicos. A taxa básica do Fed deve, eventualmente, se estabilizar em torno de 3%. O Fed também anunciou o fim da redução de seu balanço, mas não esperamos que ele volte a expandi-lo tão cedo. Em resumo: vemos o Fed disposto a oferecer certa acomodação, especialmente se observar mais fraqueza no mercado de trabalho, mas sua abordagem tende a ser mais dependente dos dados.

O Banco da Inglaterra e o Banco Central da Austrália devem cortar juros de forma mais agressiva nos próximos meses, com a retomada da desinflação, enquanto o Banco Central Europeu e o Banco do Canadá — que estão mais próximos de uma política com níveis neutros — devem fazer ajustes menores. O Banco do Japão continua sendo uma exceção, com uma política ainda abaixo do nível neutro.

Qual é a perspectiva da PIMCO para o dólar, incluindo seu status como moeda de reserva global?

Não acreditamos que o dólar corra o risco de perder seu status de moeda de reserva. No entanto, esperamos que os detentores de dólares ou de ativos denominados em dólar passem a diversificar gradualmente ao longo dos próximos anos. As razões para isso incluem os altos preços dos ativos financeiros nos EUA, além das políticas fiscal e comercial do país e a incerteza associada a elas.

Esse tema da diversificação é uma das razões pelas quais preferimos uma leve posição underweight em dólar, mesmo com a moeda tendo recuado em relação ao seu pico no fim do ano passado. É claro que o dólar pode estar sujeito a períodos de valorização.

Qual é sua opinião sobre o posicionamento da Estratégia Income, começando pelo risco de taxa de juros?

Este é um ambiente empolgante para investimento ativo. Com os rendimentos ainda elevados nos EUA e em outros mercados desenvolvidos, como Reino Unido e Austrália, vemos valor em exposição a taxa de juros de alta qualidade (ou seja, duration) na Estratégia Income. Nossa duration está na faixa entre 4 e 5 anos, embora um pouco abaixo do início do ano, quando o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA estava mais próximo de 5%.

Já faz algum tempo que prevemos uma curva de juros mais inclinada, particularmente nos EUA, e concentramos nossa exposição em maturidades curtas a intermediárias. Isso tem funcionado bem este ano, já que a ponta longa da curva de juros tem apresentado desempenho significativamente inferior. Com os cortes de juros do Fed precificados na ponta curta da curva, transferimos parte da exposição de maturidades de um ou dois anos para maturidades entre cinco e 10 anos.

Também mantemos exposição seletiva a outros mercados de títulos soberanos de alta qualidade com rendimentos atrativos, como Reino Unido e Austrália.

Um último ponto: historicamente, os rendimentos iniciais têm sido fortes indicativos do retorno total de uma carteira de títulos de renda fixa ao longo do tempo. Vemos isso como uma proposta atrativa, considerando uma inflação de 3% nos EUA, ações em máximas históricas e spreads de crédito extremamente comprimidos.

Os títulos hipotecários emitidos por agências (MBS) continuam sendo um foco na Estratégia Income. Qual é sua perspectiva para essa posição?

Continuamos gostando de MBS emitidos por agências. Eles vêm sendo negociados com spreads mais altos do que os títulos corporativos com investment grade (IG), o que é bastante atípico, já que os corporativos tendem a ser mais sensíveis aos fundamentos econômicos. Além disso, o mercado de títulos hipotecários emitidos por agências (MBS) oferece um perfil de liquidez atrativo, o que nos permite manter a agilidade.

Esses títulos hipotecários tendem a se beneficiar de períodos de baixa volatilidade nas taxas de juros, algo que, em geral, tem sido observado este ano, embora o cenário esteja em evolução. Os títulos hipotecários com garantia de agências também costumam ter bom desempenho quando a curva de juros se inclina, com cortes do Fed nas taxas de curto prazo. Além disso, o fim da redução do balanço do Fed deve ser outro vento favorável para essa classe de ativos.

Muitas vezes nos perguntam sobre uma possível privatização das empresas patrocinadas pelo governo (GSEs). O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou claramente que qualquer ação em relação às GSEs não deve elevar os custos de financiamento nem desestabilizar o mercado hipotecário. Por isso, vemos a privatização como um risco menor.

Com os spreads do crédito corporativo comprimidos, onde vemos as oportunidades?

De modo geral, observamos fundamentos sólidos no setor de crédito corporativo; a economia tem evitado um período prolongado de fragilidade econômica. No entanto, diante dos spreads comprimidos e de um cenário macroeconômico incerto, preferimos manter uma exposição mais limitada ao crédito corporativo na Estratégia Income. Em vez disso, preferimos outros segmentos da renda fixa com valor relativo mais atrativo, como produtos estruturados de maior qualidade.

Damos preferência ao crédito estruturado sênior e a investimentos ligados a consumidores de renda mais alta. De forma geral, o consumidor dos EUA está em boa posição após anos de valorização dos imóveis e fortalecimento dos balanços nos mercados mais bem regulados que surgiram após a crise financeira global.

Estamos menos interessados em segmentos de taxa flutuante, empréstimos amplamente sindicados ou empréstimo direto para o mercado intermediário. Esses tomadores tendem a operar com modelos de negócios ou estruturas de capital alavancadas e podem ser vulneráveis a disrupções tecnológicas ou a uma significativa fragilidade econômica.

No geral, buscamos atuar de forma oportunista nesse setor, identificando situações específicas de crédito nas quais possamos aproveitar o porte da empresa e capacidade de originação para encontrar investimentos mais atrativos do que o crédito corporativo genérico.

Temos recebido perguntas de clientes sobre o que um ciclo de cortes das taxas de juros significa para os rendimentos daqui para frente. Como vocês veem isso no contexto da Estratégia Income?

Considerando os valuations de uma perspectiva plurianual, acreditamos que os rendimentos de alta qualidade continuam bastante atrativos atualmente, especialmente quando se levam em conta os elevados valuations das ações e os spreads de crédito comprimidos.

Como mencionei, acreditamos que este é um ambiente ideal para construir uma carteira de alta qualidade, globalmente diversificada, com rendimento inicial atrativo e oportunidades potenciais de gerar alfa.

Com o Fed cortando os juros, o retorno sobre cash está caindo, e em breve a remuneração de cash pode se aproximar do rendimento mais baixo da curva de Treasuries. Investidores com uma posição significativa em cash devem considerar migrar ao longo da curva de juros e garantir taxas mais altas para os próximos anos.

Alguma consideração final?

Em linhas gerais, o que pretendemos fazer hoje é aproveitar todas as ferramentas que temos como investidores globais ativos para atingir áreas mais líquidas e de maior qualidade do mercado e construir uma carteira altamente diversificada de ativos voltados para renda.

Se houver um choque inesperado nos mercados e na economia, acreditamos que a Estratégia Income estará posicionada para se manter resiliente. Está preparada para mitigar os riscos e mantém a flexibilidade para aproveitar oportunidades atraentes nesse tipo de ambiente. Não prevemos um ambiente tão desafiador como cenário-base, mas focamos em construir uma carteira robusta e resiliente que busque gerar renda atrativa em diversos cenários macroeconômicos e de mercado.

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Em um ambiente de incerteza elevada, nosso foco são investimentos de alta qualidade.

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Mantemos o foco na resiliência, já que os rendimentos elevados nos segmentos de renda fixa de alta qualidade continuam oferecendo oportunidades atraentes.

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Rendimentos atraentes e um amplo leque de oportunidades fortalecem investimentos ativos em títulos de renda fixa em meio ao atual cenário macroeconômico e de mercado incerto.

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Buscamos aproveitar os níveis atualmente atraentes de rendimento, mas seguimos atentos às incertezas econômicas e de mercado.

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Com os rendimentos elevados e as taxas básicas de juros começando a cair, enxergamos um conjunto de oportunidades globais atraentes para quem investe em títulos.

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Com a possibilidade de rendimentos mais altos por mais tempo em vários países, as oportunidades globais em renda fixa estão mais interessantes do que nunca.

Muitos investidores permanecem em caixa, mas acreditamos que chegou a hora de mudar a exposição para a renda fixa.

Vemos valor significativo nos títulos de alta qualidade, que têm maior liquidez e oferecem rendimentos atraentes e potencial de valorização em caso de enfraquecimento da economia.

Vemos valor em ativos de renda fixa líquidos e de alta qualidade que podem oferecer resiliência caso a economia venha a enfraquecer.

A contração do mercado apresenta as maiores oportunidades de geração de renda dos últimos anos, as quais equilibramos com a necessidade de resiliência em face de uma eventual recessão.

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